O escritor escocês diz que já está preparando sua saída, que terá tons de tragédia shakespeareana. “Quero fazer um Batman à la Otelo. Não no sentido de ser tão bem escrito, mas em termos de uma tragédia em que você observa alguém e percebe que as coisas estão dando errado. Não vai ser com quem todo mundo acha, espero, mas esse é o plano.”
Morrison aproveita para dizer que estar na cabeça do homem-morcego nos últimos anos – o mais longo período que já trabalhou com um mesmo personagem – ajudou-o a entender mais da motivação do herói.
“Eu espero estar conseguindo algum tipo de ressonância psicológica. A melhor coisa do Batman é que ele é um solucionador. Batman sente várias coisas que muitos de nós já sentimos uma ou outra vez na vida. Talvez não pelos mesmos motivos, mas já nos sentimos sozinhos, já nos sentimos com medo, já nos sentimos sob pressão. Ver Batman sentir isso por nós permite que ele também resolva o problema por nós.”
Quanto à possibilidade de continuar com o personagem apesar dos planos de saída, ou mesmo de retornar a ele no futuro, Morrison dá uma resposta apaixonada: “Com Batman, é difícil dizer que eu não faria de novo.”
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