terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Não é um filme sobre John Lennon, mas sobre o garoto que ele viria a ser", diz ator de "O Garoto de Liverpool"


Quando "Kick-Ass - Quebrando Tudo" estreou meses atrás, e faturou quase US$ 100 milhões em todo o mundo, projetou seu ator principal, Aaron Johnson, como um astro em potencial. Mas o britânico de 20 anos, que agora vem recebendo elogios por sua interpretação do jovem John Lennon no drama independente "O Garoto de Liverpool", admite que ainda não sabe ao certo o que fazer.

"'Kick-Ass' me colocou no mapa na América", diz Johnson. "Eu trabalhava muito em casa, por isso estou também no mapa na Inglaterra. O difícil é sempre encontrar o próximo projeto. 'Kick-Ass' me abriu as portas, mas se as pessoas assistirem 'O Garoto de Liverpool' e me virem mostrando outros pontos fortes, ficarei feliz. Isto é algo de que me orgulho, e eu quero que as pessoas assistam".

Johnson conta que, agora, pretende encontrar um personagem pelo qual realmente se apaixone, como por John Lennon, mas isso nem sempre acontece. "As pessoas dizem: 'você é um ator, apenas faça seu trabalho'. Mas eu não quero estar sempre nessa posição. Como você se transforma no Daniel Day-Lewis? Como fazer tão poucos filmes, mas acertar toda vez?". Ainda não há resposta para isso, especialmente em relação a Johnson, que atua desde os 6 anos de idade.
Entre seus créditos estão peças, programas de televisão e filmes como "Bater ou Correr em Londres" (2003) e "O Ilusionista" (2006). Ele brinca que, ao estrelar em "Kick-Ass - Quebrando Tudo", ele pode ter arruinado sua chance de ser o próximo Day-Lewis. Ele poderá ter que se contentar em ser o próximo Gary Oldman ou Ralph Fiennes.

Johnson tem apenas 20 anos, mas durante uma entrevista em um salão de conferência em um hotel de Manhattan, ele passa a imagem de uma pessoa muito mais velha, tanto na aparência quanto na postura. Com seu cabelo encaracolado, Johnson poderia ser o irmão mais novo de Tim Burton e já é pai de três filhos: ele está noivo da diretora de "O Garoto de Liverpool", Sam Taylor-Wood, que é 23 anos mais velha do que ele, e está ajudando a criar os dois filhos dela de um casamento anterior, além da própria filha do casal, Wylda Rae, que nasceu em 7 de julho.

Johnson e Taylor-Wood se conheceram durante as filmagens de "O Garoto de Liverpool", que recebeu a bênção tanto da viúva de Lennon, Yoko Ono, quanto do ex-beatle Paul McCartney. O filme narra a juventude de Lennon em Liverpool, na Inglaterra, onde o Lennon adolescente passou parte dos anos 50 com sua rígida tia Mimi (Kristin Scott Thomas), buscava uma conexão com sua mãe (Anne-Marie Duff), que o deu para criação, e no final formou a banda de skiffle pré-Beatles, The Quarrymen.

"O Garoto de Liverpool" estreou no Brasil em 1º de outubro, uma semana antes daquele que seria o 70º aniversário de Lennon. "Eu sei que o filme é sobre John Lennon", diz Johnson, "mas para mim sempre foi mais a respeito do garoto que se tornaria John Lennon, sobre o relacionamento dele com sua tia e sua mãe. Para mim é uma história de amadurecimento. Foi como pude abordá-la sem ter que me preocupar com todo o lance de John Lennon, sem todo o aspecto dos Beatles. Isso me deu um personagem para desenvolver".

O ator continua: "Ele é um garoto. Nós temos que seguir sua jornada, temos que descobrir tudo com ele. Ele tem que encontrar sua mãe, se apaixonar por ela, lidar com sua tia e descobrir a voz para sua forma de arte. O violão que sua mãe lhe deu, foi esse presente especial que ela lhe deu e, quando ela morreu, ele quis fazer algo com aquilo".

Foi o que ele fez, é claro. Lennon se tornou um beatle, um cantor e compositor mundialmente famoso, um ativista da paz, um marido e pai e, no final, uma vítima de um assassinato sem sentido em 1980, que para muitas pessoas representou o último e triste capítulo da saga dos anos 60. Nada disso teve a ver com a interpretação de Johnson. O jovem ator se esforçou ao máximo para minimizar a consciência do público do Lennon icônico dos anos 60 e além.

"Francamente, eu não queria que nada disso estivesse lá", ele diz. "Apenas em um momento eu quis que as pessoas sentissem algo como 'ah, esse é o Lennon que eu conheço'. É exatamente no fim, quando canto 'In Spite of all the Danger [uma canção dos Quarrymen que foi a primeira que Lennon gravou com McCartney e George Harrison]. Quando você assiste as apresentações de Lennon no palco e cantando, sua postura é característica. Ele pega a guitarra como se fosse uma arma e toca com lábios cerrados e mal se move, enquanto todo mundo balança a cabeça. Todo mundo sorri, exceto ele. Foi essa sensação que tentei passar no final, quando ele está próximo de se tornar o John Lennon que todo mundo conhece".

 Assista ao trailer de " O garoto de Liverpool"






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