Casey Affleck participa do Festival de Veneza com ''I'm Still Here'', documentário sobre a mudança de Joaquin Phoenix, que deixou a carreira promissora de ator para se tornar rapper |
A segunda-feira em Veneza foi cheia de filmes midiáticos – caso do (falso) documentário "I’m Still Here", do diretor estreante Casey Affleck, e de uma dose dupla de Vincent Gallo, num filme como ator ("Essential Killing", do polonês Jerzy Skolimowski) e em outro, como ator e diretor ("Promises Written in Water").
Fora da competição, "I’m Still Here" - que teve uma primeira sessão, na manhã de hoje, na menor sala daqui, a Pasinetti, com menos de 100 lugares -, causou curiosidade por retratar as atividades do ator Joaquin Phoenix. Ele supostamente está afastado do cinema desde 2008, quando atuou em "Amantes" e agora estaria se dedicando à música.
Por sequências do próprio filme - como a presença de uma câmera perto de Phoenix quando ele anuncia seu ‘afastamento’ do cinema -, jornalistas levantaram a suspeita de que se trataria de uma ‘fraude’, ou um golpe de marketing, na coletiva de imprensa desta manhã. Na ocaisião estava presente apenas o diretor Casey Affleck, que obviamente negou: "Fiz este trabalho com a autorização e o comprometimento total de Joaquin", disse Affleck, que é cunhado do (ex?) ator.
A suspeita de um golpe promocional aumentou ainda mais quando circulou, na coletiva, a informação (confirmada por Affleck) de que Phoenix estava em Veneza, mas não quis vir à coletiva.
Duas vezes Gallo
Outro que ganhou os holofotes hoje foi o ator e diretor Vincent Gallo, que também não participou da coletiva do filme, concorrente ao Leão de Ouro, "Essential Killing", de Jerzy Skolimowski. Segundo o produtor Jeremy Thomas, Gallo "não participa de coletivas nem de sessões de tapete vermelho".O diretor insinuou que Gallo, que interpreta um soldado afegão em fuga de tropas americanas, pode ser um pouco difícil no trato. Foi do ator a sugestão, que Skolimowski achou "brilhante", de não ter uma única fala no filme. Mas no set ele também assumiu essa atitude. "Vincent quase torturou a si mesmo, deixando de falar com as pessoas, de ter vida social, para entrar no papel. Ele não falava com ninguém. Acho que é o mais diplomático que consigo ser para comentar isso", contou o diretor, irônico.
Também causou perplexidade o filme dirigido por Gallo que está em competição, "Promises Written in Water". Filmado em preto-e-branco, com textura extremamente granulada, conta uma história fragmentada, de um homem (Gallo) que se envolve com uma jovem que vai morrer logo (Delfine Bafort). Insinua-se que o homem teve um passado de matador profissional, o que lhe deu uma boa condição financeira, mas continua com fixação na morte - a ponto de procurar o emprego de assistente de realização de funerais.
O público presente à primeira sessão do filme, que mesclou jornalistas e representantes da indústria cinematográfica nesta tarde, riu nos diversos momentos em que Gallo repete ostensivamente as mesmas falas. Ficaram dúvidas se isso foi proposital, para incomodar a plateia, ou se a história mesma remete a uma filmagem. Enfim, "Promises Written in Water" vai dar o que falar, fazendo o papel de "filme polêmico", que todo festival gosta de ter.
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