segunda-feira, 5 de julho de 2010

Crítica do Filme: Esquadrão Classe A


Adaptação da série de televisão dos anos 1980 é das mais fiéis e divertidas já feitas



Não se levar a sério em momento algum é o grande trunfo de O Esquadrão Classe A (The A-Team, 2010), adaptação cinematográfica de uma das mais cultuadas séries de televisão dos anos 1980.

O estiloso diretor Joe Carnahan, que despontou em Narc e depois fez A Última Cartada, respeita os personagens e situações consagradas na telinha e apresenta no longa uma história de origem para o grupo de "soldados da fortuna que sobrevivem como aventureiros, vivendo secretamente em Los Angeles", como explicava a abertura do seriado.

A trama começa com o coronel John "Hannibal" Smith (Liam Neeson) em missão ao lado do tenente Templeton "Cara-de-Pau" Peck (Bradley Cooper). Não demora para que outros dois rangers, soldados de elite do exército dos EUA, juntem-se à equipe: o sargento Bosco "BA" Barracus (Quinton Jackson) e o capitão H.M. Murdock (Sharlto Copley), estabelecendo o quarteto conhecido da TV. Alguns anos depois desse primeiro encontro, o Esquadrão Classe A tornou-se uma lenda nas forças armadas, sendo conhecido pela especialização em conseguir realizar missões consideradas absurdas. Mas a fama os torna os alvos perfeitos de uma conspiração e os quatro acabam presos. Resta agora aos soldados, excluídos das fileiras do exército, provar sua inocência enquanto são perseguidos por uma agente do FBI (Jessica Biel) e levar os responsáveis à justiça, antes que ocorra um golpe bilionário aos EUA.







Todos os elementos da série estão no filme: os planos infalíveis de Hannibal, os disfarces e o galanteio de Cara-de-Pau, a insanidade de Murdock e o temperamento ora explosivo ora sensível de BA. As sequências de execução dos planos, o humor e as interações de BA e Murdock e, principalmente, a ação, também não foram esquecidos. É definitivamente um longa-metragem do Esquadrão Classe A como nos lembramos deles na telinha, mas com os exageros do cinema recente do gênero.

Exagero, aliás, é o que não falta. Cada sequência de ação é mais absurda que a anterior, culminando em um clímax que beira o inacreditável de tantos elementos em cena e explosões (ainda que o tanque de pára-quedas seja minha cena favorita).

Carnahan também acerta em cheio no elenco. Neeson e Cooper estão ótimos, mas isso já era esperado. Copley, famoso por Distrito 9, rouba a cena com participações rápidas, mas com a qualidade de "marginal da Mad", aquelas piadinhas que ficam nos cantos das páginas da publicação e são melhores que a revista em si. Jackson, por sua vez, faz o que pode. Não compromete, mas tinha, afinal, a maior responsabilidade, substituir o insubstituível Mr. T... de qualquer maneira, lá pela final ele consegue conquistar seu espaço.

A inevitável continuação (ou vontade de), claro, não poderia ser esquecida. Mas o filme é bem estruturado e a deixa para uma sequência é bastante natural, já que o longa funciona até como um prelúdio à série. Como única falha está a necessidade de explicar os planos de Hannibal e martelar sua genialidade a todo instante, já que não faltam flashbacks para o espectador mais desatento não se perca a cada reviravolta (algumas bastante óbvias), o que chega a incomodar. Nada que prejudique a surtada aventura, porém.

Poucas vezes um filme de série de TV ficou tão divertido no cinema. Agora é aguardar como vão adaptar resto da abertura do programa original: "Se você tem um problema, se ninguém pode ajudá-lo e se você puder achá-los, talvez você possa contratar o Esquadrão Classe A"... eu certamente estarei lá para conferir.



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