sexta-feira, 10 de junho de 2011

Smallville chega ao fim, leia a nossa análise

No final dos anos 90, o roteirista de O Gigante de Ferro, Tim McCanlies, levou para a Warner Bros. a ideia de uma série de TV que mostraria a adolescência de um jovem destinado a se tornar um dos maiores heróis de todos os tempos: Bruce Wayne. Apesar da premissa interessante, o estrago feito na franquia Batman pelos filmes de Joel Schumacher havia sido tão grande que o projeto acabou engavetado.

Mas a ideia de mostrar a vida de um super-herói antes das capas e colantes era boa demais para ser desperdiçada, e acabou renovando o fôlego de outro personagem desgastado na mídia: o Superman.

Assim, sob a tutela de Alfred Gough e Miles Millar, Smallville foi criada como uma mistura de histórias em quadrinhos com Dawson’s Creek e Buffy, a Caça-Vampiros. O piloto estreou em outubro de 2001, apresentando para 8 milhões de expectadores um Clark Kent de 15 anos, tão inseguro quanto invulnerável, em busca de seu lugar no mundo - e sem colantes.

Durante os primeiros - e melhores - episódios da série, o jovem estaria às voltas com seus hormônios, poderes e a paixão platônica por Lana Lang. A história seria como uma grande versão extendida do filme de Richard Donner e, contrariando as expectativas, durou 10 anos e rendeu 217 episódios.

Um tanto controversos, é verdade. Nenhuma série que dura tanto tempo é capaz de manter a qualidade em todos os seus episódios, e em alguns deles era possível sentir pena dos roteiristas, limitados pelo orçamento e pela obrigatoriedade de criar um supervilão por semana. De repente, tudo era desculpa para se ganhar poderes: de exposição à kryptonita até mascar chicletes radioativos com a marca do patrocinador do programa. Como se não bastasse, Clark ainda enfrentou bruxas, vampiros e uma penca de kryptonianos.

O importante é que, em meio a situações que beiravam o estapafúrdio, Smallville mostrou o amadurecimento de Clark, a descoberta de sua herança alienígena e o início de sua vida adulta em Metrópolis. Durante essa jornada, seu arqui-inimigo, Lex Luthor, foi derrotado. Seu pai adotivo, Jonathan Kent, morreu de causas naturais. Amigos chegaram e partiram, e seu coração, que sempre fora de Lana Lang, acabou entregue à Lois Lane, que nessa versão da lenda já sabia do segredo do amado muito antes de ele vestir sua capa vermelha.

Não faltaram homenagens às encarnações anteriores do herói. A começar por Christopher Reeve, numa participação emocionante no episódio “Rosetta”, repetida em mais duas ocasiões. Maggot Kidder (a Lois Lane dos filmes de Richard Donner), Dean Cain e Teri Hatcher (de Lois & Clark) e até Helen Slater (a Supergirl do filme de 1984) também deram o ar da graça. Terence Stamp, o antigo General Zod, dublou de maneira muito competente o novo Jor-El.

Entre os heróis e vilões convidados, podemos destacar a Liga e Sociedade da Justiça, a Legião dos Super-Heróis, Gladiador Dourado e Besouro Azul, a Legião do Mal e até mesmo o vilão Apocalypse, que matou o herói nos quadrinhos.

No auge de sua popularidade, Smallville gerou ainda duas tentativas de séries de super-heróis. Em 2002, Birds of Prey mostrava a filha do Batman junto a Oráculo e Canário Negro combatendo o crime numa Gotham City baseada no mesmo universo de Smallville. Apesar da boa audiência inicial, a série desandou e não passou de 13 episódios. Em 2005 veio Aquaman, que pode ter naufragado ainda no piloto, mas garantiu ao seu protagonista, Justin Hartley, o papel de Arqueiro Verde em Smallville.

Ao anunciar que a décima temporada seria a última, culminando na transformação de Clark em Superman, os produtores e roteiristas puderam finalmente posicionar as peças em seu esburacado tabuleiro. Pontas soltas foram amarradas e o grande vilão Lex Luthor voltou à vida numa trama típica dos quadrinhos, aliado à ameaça cósmica de Darkseid e seu planeta Apokolips.

Apesar do episódio final emocionante - que teve cena de voo, trilha sonora de John Williams e diversas cenas em homenagem ao filme de 1978 - o clímax foi frustrado pelo orçamento apertado da série. Depois de esperar 10 anos para ver Tom Welling com o icônico uniforme azul, os fãs tiveram que se contentar com tomadas distantes, um modelo em computação gráfica e closes no rosto do ator, que nunca chegou a colocar a cueca por cima da calça.

Assim como a vida do Superman nos quadrinhos, Smallville teve altos e baixos, e acabou perdendo dois terços de seus 8 milhões de expectadores ao longo do caminho. Mas, ao final, cumpriu bem seu papel em manter viva a mitologia do último - ou ao menos, mais famoso - kryptoniano, e nos manter acreditando que um homem pode voar.

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