domingo, 19 de junho de 2011

Tela Quente - Análise: 20/06 - Heróis

Quando anunciaram esse filme, o que mais se ouviu foram comparações do tipo “Ah, igualzinho Heroes” ou “X-men 4?” entre outras no mesmo teor. Pois fiquem sabendo que aqui nada temos de mutantes, lendários guerreiros proféticos ou coisa do tipo. A ambientação, desenvolvimento e principalmente ação da aventura é muito mais elaborada que série de TV e muito menos “over” que filmes de Super-heróis, que de “heroísmo” só tem o nome da tradução tosca para o português. O filme surpreende.


Em Heróis, somos apresentados a toda uma ambientação de um mundo paralelo. Durante a segunda guerra, nazistas e aliados fizeram experimentos em pessoas com habilidades mentais diversas para transformá-los em super soldados. A guerra acabou, mas os experimentos continuaram em ramos do governo chamados Divisões. Durante décadas, essas próprias pessoas com habilidades eram recrutadas por agências para caçar, prender, experimentar e utilizar outras pessoas com habilidades. A história se centra em Nick Gant(Chris Evans), um Mover – pessoa que move objetos com a mente – de segunda geração e Cassie Holmes (Dakota Fanning), uma Watcher de segunda geração também, capaz de ver o futuro ocasionalmente. Eles se unem sob conselhos de Cassie para achar Kira (Camilla Belle), uma Pusher – capaz de inserir memórias e pensamentos na mente alheia – que além de ter sido injetada com um tipo de “esteróide psíquico” também fugiu da Divisão sob o comando de Henry Carver (Djimon Hounsou), outro poderoso pusher. Eles estão numa luta contra o relógio para proteger Kira, encontrar a super droga e se esquivar de outros Sniffers, Bleeders, Shadows, Watchers, entre outros paranormais.


Se você acha a premissa meio complicada, espere para ver o roteiro.  A escrita de David Bourla tem alguns sérios buracos de lógica na história, mas realmente é capaz de te fazer dar voltas e ficar tentando imaginar qual será o próximo passo. Simplista mas intrigante ao mesmo tempo. O diretor Paul McGuigan, responsável pelo fantástico Xeque-Mate, se superou dessa vez. Conhecido por dirigir filmes de premissas complexas e reviravoltas, dessa vez usa de todo tipo de recursos audiovisuais para dar uma sensação totalmente diferente ao assistir o filme. Muitos efeitos, mas bastante sutis, fazem acrescentar uma certa credibilidade ao visual. Tomadas inusitadas e um aproveitamento fora do comum das locações em Hong Kong, fizeram do filme uma quase obra prima diretorial. Sem críticas ruins nesse ponto.

Os atores são do mais alto calibre, e o quarteto principal é bem assistido por um elenco de apoio fora do comum. Foi legal rever Cliff Curtis como Hook Waters e Ming-Na como Emily Hu, do lado dos mocinhos e em papéis pequenos mas interessantes. Infelizmente as motivações da personagem de Ming-Na ficaram um pouco mal definidas. Mais um dos vários furos de roteiro. Palmas também para Neil Jackson que tem poucas falas, mas é um bom bandidinho, que não via desde a série de Blade. A química entre Fanning e Evans estava simplesmente fantástica e foi o melhor acerto na seleção de elenco na minha humilde opinião. E como não podia faltar, Dakota Fanning rouba a cena novamente com sua atuação. Essa menina nasceu pra emocionar, de risos a um quase choro, ela consegue evocar de tudo no espectador. Elenco de primeira.

Então você se pergunta o que tem de errado no filme? Claro que coisas tão complexas como previsões do futuro, um cenário político secreto com paranormais agindo no poder e um número tão grande de personagens só pderia resultar em uma coisa: furos de lógica no roteiro. Como explicar um mundo onde Watchers poderosíssimos podem prever o passo da cada pessoa no futuro com precisão milimétrica? Com certeza o mundo não seria tão parecido com o nosso de hoje. Também alguns personagens estão alí de graça. A família “Pop” trabalhava para o governo chinês mesmo ou eram só mafiosos quaisquer? Quem diabos era Carter? O pai de Nick e a mãe de Cassie, qual a relação alí? E o lance de Watcher contra Watcher cria alguns paradoxos. Além do que, se a Divisão sabia tudo que ia acontecer, como é possível Carter ser pego tão de surpresa durante todo o filme? E essas perguntas se estendem durante toda a história, fazendo perder um pouco do brilho conquistado visualmente pelo diretor.


Com certeza vai ganhar uam continuação, tendo algumas pontas solta pelo final que teve, isso seria mais do que óbvio. É nisso que deposito minha confiança para resolver futuramente os erros de lógica do plot. Apesar dos pesares, Heróis é muito divertido, espertinho e um entretenimento mais do que bem conduzido. Aquele lance de comparar com Heroes, X-men e etc. é pura balela. Ele se porta bem em um universo único e muito mais realista de espionagem, política e ação. Com certeza é um bom filme de ação/ficção para sua Segunda-feira.

Espero que temham gostado da análise de Heróis.


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