Não é difícil entender o que atraiu Hollywood    nas efêmeras três edições de RED,    a HQ escrita por Warren Ellis e desenhada por Cully    Hamner.  Certamente não foi a reflexão sobre a violência    (a minissérie de  2003 é basicamente uma longa matança que    começa e termina de repente  porque duas pessoas têm opiniões    diferentes sobre a guerra), embora  esse seja o motivo e o fim da HQ.
Hollywood se interessou mais pela oportunidade de  colocar um típico    anti-herói assassino num contexto com que o público  médio    pudesse se identificar. A casa murada e isolada do  protagonista na HQ se torna    uma típica propriedade de subúrbio no  filme RED -    Aposentados e Perigosos, com  direito a decoração    de Natal. É a cada vez mais disseminada moda da  indústria de trazer    a ação para as donas de casa, e nisso RED, apesar de    suas piadinhas muito específicas sobre a Guerra Fria, não é    tão diferente assim de Par    Perfeito ou No    Ordinary Family.
 No filme, Frank Moses (Bruce Willis) já    derrubou governos trabalhando para a CIA, mas hoje, aposentado, se dedica a    ler romances baratos tipo Sabrina  para ter conversa com a telefonista    do seguro social. Do nada, a  agência decide que seu velho operativo sabe    demais. Moses se defende  da maneira que sabe, contra-atacando.
No filme, Frank Moses (Bruce Willis) já    derrubou governos trabalhando para a CIA, mas hoje, aposentado, se dedica a    ler romances baratos tipo Sabrina  para ter conversa com a telefonista    do seguro social. Do nada, a  agência decide que seu velho operativo sabe    demais. Moses se defende  da maneira que sabe, contra-atacando.
 Começa então um acerto de contas que em nada lembra    o  gibi, mesmo porque o material curto de Ellis precisava ser estendido. O  diretor    Robert Schwentke (Plano    de Voo)  abraça a comédia-família sem timidez -    até as viagens inverossímeis  (de Nova Orleans para Nova York em    instantes) são marcadas com  folhetos de turismo. Ter como "intérprete"    da ação a personagem de Mary-Louise Parker -    a suburbana-modelo de Weeds - sacramenta a ligação do    filme com sua audiência-alvo.
Começa então um acerto de contas que em nada lembra    o  gibi, mesmo porque o material curto de Ellis precisava ser estendido. O  diretor    Robert Schwentke (Plano    de Voo)  abraça a comédia-família sem timidez -    até as viagens inverossímeis  (de Nova Orleans para Nova York em    instantes) são marcadas com  folhetos de turismo. Ter como "intérprete"    da ação a personagem de Mary-Louise Parker -    a suburbana-modelo de Weeds - sacramenta a ligação do    filme com sua audiência-alvo.O problema de RED não é fazer essa escolha,    e  sim não enxergar suas limitações. É a clássica    ideia que parece  muito melhor no papel (ou no trailer) do que num longa. Claro,    quem  não quer ver Helen Mirren empunhando uma metralhadora?    Mas tire a gag  com a dama britânica e o fascínio pelas    armas (com isso qualquer  pessoa no Meio Oeste dos EUA se identifica) e não    vai sobrar muita  coisa. Morgan Freeman é o matador do    asilo?  Hollywood transforma seus atores-mirins e veteranos em assassinos  profissionais    toda semana. Qual a novidade?
Enfim, é evidente que um filme como RED não     almeja mais do que uma sessão indolor na TV depois do almoço de     domingo, ao lado dos tios, mas tem que cumprir o básico. Não dá    pra  exigir verossimilhança, mas a história tem que obedecer alguma    lógica  interna (os maiores matadores do mundo não sabem fechar    um ferimento  de bala?). E se é um filme de ação, o ritmo    tem que estar em  primeiro lugar (RED é tão truncado que    parece aquelas  gincanas da TV em que os participantes só trocam de cenário,    enquanto  as armas e os obstáculos já estão todos lá).
No fim, não dá pra saber direito se o filme é     engessado porque Schwentke tem mão frouxa ou porque o elenco já    não  corre mais como antes. Um movimento de câmera que o diretor    gosta de  repetir, o de circular o ator estático em 360º, é    sintomático. É como  se para fazer ação fosse suficiente    executar uns passos em torno do  objeto, e não colocar o objeto em si    em movimento.
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