sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Crítica: Os Mercenários 2

Apenas alguns dias depois da estreia de Os Mercenários nos cinemas uma sequência já era oficializada.

Assim como a própria franquia, era um anúncio que não precisava de muito esforço intelectual para ser feito. Sim, estou escrevendo logo aqui no começo que Os Mercenários 2 (The Expendables 2) é um filme descerebrado. Mas embora isso possa parecer um ponto negativo, o longa sabe explorar essa sua característica a seu favor, emendando cenas de ação megalomaníacas e cheias de explosões a piadas com a idade já avançada de seus protagonistas uma atrás da outra.

A história pode ser dividida em três missões. A primeira acontece na Ásia e mostra Arnold Schwarzanegger de volta e a despedida de Jet Li, que diz adeus prometendo uma possível aposentadoria.
Durante as comemorações de mais um trabalho bem executado vem a parte dramática, com o jovem sniper (Liam Hemsworth, que apesar de ser irmão do Chris Hemsworth é a cara do Chris Pine) dizendo que aquela vida não era para ele, mas que vai "cumprir o aviso prévio", ficando com o grupo até o final do mês. Sobe a música para mostrar um Sylvester Stallone  pensando nos amores que deixou para trás e nos dias que não voltam mais. A segunda missão é um "pedido" de Bruce Willis e levará o grupo para o Leste Europeu, onde nem tudo sairá como planejado. Para encerrar da melhor forma, a última missão é pessoal. Afinal, nada mais macho oitentista do que uma vingança.

Durante as cenas de ação há espaço para todo mundo brilhar, mesmo que por alguns momentos. Terry Crews e Dolph Lundgren fazem cara de mau enquanto atiram, Stallone dá as ordens e Jason Statham mostra ser um dos poucos do grupo que ainda continua em forma. Para Randy Couture - coitado - sobram poucas cenas e algumas cotoveladas na cara dos adversários.


Pesam contra os atores, além da idade, uma computação gráfica pouco melhor da que era utilizada nos anos 1980, com elementos visivelmente criados por pixels e que atrapalham um pouco a diversão. Não ajuda em nada também a fotografia, que é excessivamente granulada em algumas horas, volta ao normal em outras e depois volta às penumbras, dando um tom "direto para VHS" que foi e é a realidade da maioria destes atores quando não estão trabalhando em Os Mercenários, incluindo nesta lista até mesmo o ex-astro belga Jean-Claude Van Damme, que mantém a agilidade e os músculos, mas apresenta um rosto todo desfigurado.

Sorte que, por outro lado, temos um texto divertidíssimo e que se derrete em reverência aos astros. Schwarzenegger é uma metralhadora de frases de efeito ("I'll be back", "Yippee-ki-yay", "Só falta o Rambo", "Nós deveríamos estar em um museu"), Crews lembra seus dias de pai do Chris e, o que é melhor, sobra espaço até para um Chuck Norris Fact na primeira aparição daquele que só foi vencido por Bruce Lee (que morreu logo depois, diga-se de passagem). Não há prova maior da ironia pregada pelos roteiristas do que o personagem de Jean-Claude Van Damme, o vilão chamado... Villain!

Ou seja, não vá ao cinema esperando inteligência, coerência ou esmero técnico. Os Mercenários 2 é o tipo de filme que faz brotar um Chuck Norris sempre que a situação parece irreversível para os velhos "mocinhos". E quando ele entra em cena é um frenesi só. Surge para arrancar aplausos dos jovens que rebobinaram muita fita VHS nos anos 80 e hoje beiram os 40 anos mas ainda se divertem com a calma com que ele atira sem errar (e sem precisar recarregar suas armas).


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