Uma história de oportunidades
Agora, antes de mais nada, vamos lembrar quem são os G.I. Joe, que no Brasil nasceram como Falcon e depois, na versão reduzida dos anos 80, viraram Comandos em Ação. Se Deus primeiro criou Adão e de uma de suas costelas criou Eva, o pessoal da Hasbro viu no sucesso da Barbie a oportunidade de lucrar fazendo bonecos para os meninos. E nada mais masculino do que bonecos de ação, ou action figures - sim, foi por causa dos G.I. Joe que o termo "action figures" (figura de ação) se popularizou. Não fossem eles, os meninos estariam até hoje brincando com "dolls" (bonecas).


Operação de guerra
E nenhum verbo poderia ser melhor utilizado aqui do que "correr". Para conseguir entregar o script antes que a greve dos roteiristas se iniciasse foram chamados nada menos do que cinco pessoas, que seguiam as ordens do chefe dessa verdadeira operação de guerra, Stephen Sommers.

E acho que não é precipitado dizer que foi aqui que a desconfiança começou a nascer. Sommers tinha como ponto alto de sua carreira (e bastante explicitado no pôster e no trailer do filme) a criação da série A Múmia (1999). Mas ele também tem no seu curriculo o vexaminoso Van Helsing - O Caçador de Monstros (2004), seu último trabalho. Junte isso a uma série de trailers genéricos e carregados de computação gráfica sem novidades e não demora muito para surgir o boato de que Sommers havia sido demitido depois que sessões-teste do filme apontaram notas baixas e um descontentamente geral do público. Tudo prontamente desmentido, é claro, mas a essa hora o ventilador da Internet já havia espalhado a sujeira para todos os lados.

E como se já não houvesse uma aura negativa o suficiente ligada ao projeto, o longa-metragem não foi exibido à imprensa dos Estados Unidos, o que só ocorre quando os produtores estão com medo das críticas negativas e escondem o produto final da mídia. É a desculpa "deixe o público decidir por si só", que os executivos de Hollywood gostam de usar quando sabem que têm uma bomba nas mãos.
Afinal, como ficou?


A verdade é que apesar do exagerado e (algumas vezes) desnecessário uso de computação gráfica em cenas como a perseguição nas ruas de Paris, Sommers soube como equilibrar ação e situações cômicas... e mais ação. E até quando ele erra, inserindo no filme um número maior de flashbacks que o necessário, ele faz com um motivo: não dar tempo ao público relaxar e, assim, cada uma daquelas piscadas mais lentas que traz memórias antigas, vem recheada de mais cenas de ação. É assim até o desfecho em uma batalha subaquática que mais uma vez peca pela falta de realidade vinda da computação gráfica.
Sem surpresas quanto à história (bom, talvez uma lá no final, que é até bem interessante), o roteiro usa todas as fórmulas conhecidas de Hollywood e entrega tudo mastigado para o espectador, que não tem como sair do filme com dúvida de quem é quem e porque estava agindo daquele jeito. Novamente, é um nivelamento por baixo, mas que desta vez tem tudo para funcionar. Resumindo, G.I. Joe - A Origem de Cobra até que não é tão ruim quanto pensava que ia ser e, sim, eu me diverti.
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